As matrizes culturais do Brasil estão
relacionadas à formação cultural da população brasileira.
As bases destas matrizes foram estabelecidas pela miscigenação de diversos grupos
étnicos.
Os traços culturais
dos brasileiros são muito diversificados. Essas misturas podem ser vistas de
forma bastante evidente nos cidadãos que vivem no sul do Brasil, no norte e no
nordeste.
As etnias que formaram a matriz cultural do
Brasil ainda estão presentes na cultura do país. É possível afirmar que a
primeira miscigenação que aconteceu em nosso país foi entre o branco europeu e
os índios brasileiros.
Os negros, que
foram trazidos ao país como escravos, constituem o terceiro elemento da
formação étnica do Brasil. Já a
última fase da miscigenação dos brasileiros aconteceu com a chegada dos
imigrantes que substituíram os negros nos trabalhos das fazendas depois da
abolição da escravatura.
No último cenário da
matriz cultural, que aconteceu na imigração no século XIX, houve uma nova
mistura de etnias entre brasileiros, europeus e asiáticos. A partir dessa
formação, a cultura brasileira recebeu diversas influências externas que deram
origem a nossa rica identidade nacional.
O Brasil, como se sabe, é um país com uma grande
diversidade étnica, ou seja, apresenta uma elevada variedade de raças e etnias.
Nesse caso, o termo “raça” não é compreendido em seu sentido biológico, mas sim
em seus aspectos socioculturais de modo a diferenciar os grupos populacionais
por características físicas externas, geralmente a cor e outros aspectos. Já o
termo “etnia” costuma definir as populações com base também em suas
diferenciações culturais e linguísticas, envolvendo também tradições, religiões
e outros elementos.
Há, dessa forma, uma incontável variedade de tipos
que definem a composição étnica do Brasil. Por exemplo, só de indígenas,
segundo dados do IBGE, existem cerca de 305 etnias que pronunciam mais de 270
idiomas. Esse número é acrescido às diferentes ramificações de povos europeus,
africanos, asiáticos e tantos outros que descenderam dos povos que migraram
para o país durante o seu período histórico pós-descobrimento.
De um modo geral, podemos dizer que a composição
étnica brasileira é basicamente oriunda de três grandes e principais grupos
étnicos: os indígenas, os africanos e os europeus. Os índios formam os
agrupamentos descendentes daqueles que aqui habitavam antes do período do
descobrimento efetuado pelos portugueses. Com a invasão dos europeus, boa parte
dos grupos indígenas foi dizimada, de modo que várias de suas etnias foram
erradicadas.
Já os negros africanos compõem o grupo dos povos
que foram trazidos à força da África e que aqui foram escravizados, sustentando
a economia do país durante vários anos por meio de seu trabalho. Boa parte de
nossa cultura, práticas sociais, religiões, tradições e costumes está associada
a valores oriundos desses povos. Dentre as etnias africanas que vieram para o
Brasil, destacam-se os bantos, os sudaneses e outras populações.
Já os povos europeus que vieram para o Brasil
basicamente se formaram de populações portuguesas, além de grupos franceses,
holandeses, italianos, espanhóis e outros, que configuraram a matriz étnica
predominante no país, segundo vários estudos.
Há de se registrar também a
miscigenação dessas diferentes composições étnicas que habitam o Brasil. Por miscigenação entende-se a mistura das diversas etnias, que deu
origem a novas populações que resguardaram traços físicos e também culturais de
ambas as suas matrizes.
A miscigenação entre brancos e negros
originou os povos chamados de mulatos. Já da mistura entre índios e brancos surgiram os mamelucos, considerados como os primeiros brasileiros no
período após o descobrimento. Já a miscigenação entre índios e negros deu
origem aos cafuzos.
Mas é claro que essa divisão é apenas
uma visão simplista, pois é impossível dizer que apenas essas etnias formam a
população brasileira, conforme o “mito das três raças” e suas
derivações. Na verdade, existem centenas ou talvez milhares de agrupamentos
diferentes ao longo do território brasileiro, de modo que qualquer
classificação sempre restringirá a um certo limite algo que é muito mais amplo.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) classifica a população brasileira com base em cinco tipos diferentes de
raças: os brancos, os negros, os pardos, os amarelos e os indígenas, cuja
distribuição podemos observar no quadro a seguir, elaborado com base em
informações obtidas pelo Censo Demográfico de 2010:
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