quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Multiculturalismo


Multiculturalismo
Entende-se por multiculturalismo tanto os estudos acadêmicos quanto as políticas institucionais que se desenvolvem em torno das questões trazidas pela emergência das sociedades multiculturais. Uma sociedade multicultural é aquela que, em um mesmo território, abriga povos de origens culturais distintas entre si. As relações entre esses grupos podem ser aceitação e tolerância ou de conflito e rejeição. Isso vai depender da história da sociedade em questão, das políticas públicas propostas pelo Estado e, principalmente, do modo específico como a cultura dominante do território é imposta ou se impõem para todas as outras. A convivência entre culturas diferentes não é uma questão nova, mas que se se intensificou nos últimos anos devido a acontecimentos marcantes.
Não é possível entender o multiculturalismo fora do contexto do fenômeno da globalização. O desenvolvimento acelerado dos meios de transporte e das tecnologias de comunicação aproximaram diferentes regiões do mundo, criando redes industriais e financeiras complexas e uma economia multinacional, interdependente e insubmissa às fronteiras nacionais. Com o fim da Guerra Fria, os Estados Unidos passam a hegemonizar culturalmente todo o planeta. Seus produtos, filmes, músicas e formas de ver as coisas se espalham globalmente gerando o que se chama de “americanização” do mundo. Frente a esse fenômeno de hegemonização dos padrões culturais globais, as culturas tradicionais se fortaleceram, reagindo contra a massificação dos modos de ser. Por outro lado, apesar da massificação, vemos que essas comunidades culturais locais são capazes de se apropriar de partes da cultura americana, transformando-as em uma algo novo e diferente do original. No Brasil, o funk e rap são um exemplo claro dessa possibilidade.
Outros processos importantes que influenciam no surgimento das sociedades multiculturais, são as lutas pela independência que ocorrem nas colônias europeias da segunda metade do século XX, especialmente na África e na Ásia. O cenário pós-colonial gera um processo de resgate das culturas tradicionais locais e, ao mesmo tempo, pela ligação histórica, desencadeia um movimento migratório para os países colonizadores. Também os conflitos de ordem étnica, religiosa e política, além das deficiências econômicas, são fatores que aumentam o fluxo migratório. Incentivado por tudo isso e pelo próprio cenário criado pela globalização, esse movimento migratório transforma de modo profundo as nações que receberam os imigrantes, colocando em cheque a capacidade dos estados modernos de gerirem sua nova configuração multicultural.
Alguns países democráticos têm buscado promover a aceitação e incorporação de culturas diferentes em seus territórios, valorizando a possibilidade de se constituírem enquanto nações pluriétnicas. No entanto, em outros países, a negação de direitos sociais e a perseguição de minorias culturais são práticas oficiais. Muitas vezes, ainda que exista uma política multiculturalista oficial, a perseguição é praticada por pessoas comuns, inflamadas por um sentimento de nacionalismo e rejeição ao outro. Os ataques violentos organizados por civis aos abrigos de refugiados de origem árabe na Alemanha são um exemplo disso. O multiculturalismo emerge a partir das reivindicações de minorias étnicas que sofrem de opressão histórica em seus territórios, como os negros e as populações indígenas por todo continente americano, incluindo o Brasil. O debate em torno desse tema é muito importante e traz à tona a forma como lidamos, enquanto sociedade, com as diferenças étnicas, culturais e religiosas que nos cercam.

Significado de Ecletismo

O que é Ecletismo

Ecletismo, também chamado de ecleticismo, é um termo que se refere a uma tendência ou doutrina que seleciona e recolhe elementos de outros tipos de teorias que parecem ser mais apropriadas.
Em outras palavras, o ecletismo é a escolha, dentre vários estilos, do que parece ser mais conforme a razão, ou que se afigura mais valioso de entre as teses de inúmeros sistemas.
Ecletismo vem do grego eklektismós.

Ecletismo significado

O ecletismo pode ser definido também como um método filosófico ou científico que busca fazer a conciliação de diferentes teorias. Por exemplo, nas artes e na política, o ecletismo pode significar simplesmente o livre-arbítrio, isto é, a liberdade de poder escolher aquilo que se julga melhor sem que se tenha apego a certo estilo, preconceito ou marca.

Ecletismo na arquitetura

No Brasil, o ecletismo na arquitetura nasceu no século XIX quando o país passava por uma nova fase, um período em que quase toda a população prosperava economicamente e com isso qualquer indivíduo tinha condições de desenvolver uma arquitetura de boa qualidade.
A arquitetura eclética consistia em uma junção de vários estilos distintos, como:
  • Barroco.
  • Renascentista.
  • Neoclássico.
  • Clássico.
  • E medieval.
Esses estilos diferentes resultaram no desenvolvimento de uma nova vertente arquitetônica.
O ecletismo na arquitetura se caracterizou também pela simetria, rigorosa hierarquização dos espaços internos, pela busca da grandiosidade e riqueza decorativa.
O movimento arquitetônico no Brasil foi propagado pela Escola Nacional de Belas Artes e pela Academia Imperial de Belas Artes.

Ecletismo no rio de janeiro

No Rio de Janeiro existem alguns exemplos de arquitetura eclética, como:
  • Teatro Municipal.
  • Museu Nacional de Belas Artes.
  • Palácio Pedro Ernesto (Câmara de Vereadores).
  • Confeitaria Colombo.
  • Parque das Ruínas, etc.
O ecletismo é a qualidade do que é eclético.
A expressão eclética ou eclético faz referência aos neoplatônicos, aos representantes da filosofia helenística e filósofos renascentistas que buscam conciliar o pensamento de vários autores clássicos.

Ecletismo religioso SINCRETISMO

No contexto da religião, o ecletismo religioso se refere a como as pessoas se comportam em relação à fé. No Brasil, há um verdadeiro ecletismo religioso, vez que existem diferentes tipos de denominações/religiões/seitas, tais como:
  • Espíritas.
  • Católicas.
  • Orientais.
  • Umbandistas, etc.
Todos esses (e outros afins) fazem parte do mesmo “imaginário” religioso em que as pessoas buscam analisar e encontrar argumentos prováveis ou verdadeiros para sustentarem seus pensamentos e ações.

Ecletismo musical

Ecletismo musical é a característica de uma pessoa que diz ser eclética em relação a determinados estilos musicais.
O ecletismo musical, segundo críticos, não deve se tornar uma ideologia em que é negada a permissão para tecer críticas e manifestar preferências, já que é característica natural do indivíduo buscar sons que lhe agradam; logo, é perfeitamente aceitável que cada um estabeleça suas preferências musicais.

Mesmo que uma pessoa seja eclética nos diferentes estilos de músicas, ainda assim ela tende a gostar com mais intensidade de um do que de outro. Dessa forma, no contexto ecletismo musical existem maneiras distintas de manifestar determinadas preferências – umas mais ponderadas, outras fanáticas... Contudo, todas são válidas.

MATRIZES ÉTNICAS NO BRASIL

As matrizes culturais do Brasil estão relacionadas à formação cultural da população brasileira. As bases destas matrizes foram estabelecidas pela miscigenação de diversos grupos étnicos.
A população do Brasil é uma mistura rica entre índios, brancos europeus e negros. A formação desta identidade cultural começou no período colonial.
Os traços culturais dos brasileiros são muito diversificados. Essas misturas podem ser vistas de forma bastante evidente nos cidadãos que vivem no sul do Brasil, no norte e no nordeste.
As etnias que formaram a matriz cultural do Brasil ainda estão presentes na cultura do país. É possível afirmar que a primeira miscigenação que aconteceu em nosso país foi entre o branco europeu e os índios brasileiros.
Os negros, que foram trazidos ao país como escravos, constituem o terceiro elemento da formação étnica do Brasil. Já a última fase da miscigenação dos brasileiros aconteceu com a chegada dos imigrantes que substituíram os negros nos trabalhos das fazendas depois da abolição da escravatura.
No último cenário da matriz cultural, que aconteceu na imigração no século XIX, houve uma nova mistura de etnias entre brasileiros, europeus e asiáticos. A partir dessa formação, a cultura brasileira recebeu diversas influências externas que deram origem a nossa rica identidade nacional.
O Brasil, como se sabe, é um país com uma grande diversidade étnica, ou seja, apresenta uma elevada variedade de raças e etnias. Nesse caso, o termo “raça” não é compreendido em seu sentido biológico, mas sim em seus aspectos socioculturais de modo a diferenciar os grupos populacionais por características físicas externas, geralmente a cor e outros aspectos. Já o termo “etnia” costuma definir as populações com base também em suas diferenciações culturais e linguísticas, envolvendo também tradições, religiões e outros elementos.
Há, dessa forma, uma incontável variedade de tipos que definem a composição étnica do Brasil. Por exemplo, só de indígenas, segundo dados do IBGE, existem cerca de 305 etnias que pronunciam mais de 270 idiomas. Esse número é acrescido às diferentes ramificações de povos europeus, africanos, asiáticos e tantos outros que descenderam dos povos que migraram para o país durante o seu período histórico pós-descobrimento.
De um modo geral, podemos dizer que a composição étnica brasileira é basicamente oriunda de três grandes e principais grupos étnicos: os indígenas, os africanos e os europeus. Os índios formam os agrupamentos descendentes daqueles que aqui habitavam antes do período do descobrimento efetuado pelos portugueses. Com a invasão dos europeus, boa parte dos grupos indígenas foi dizimada, de modo que várias de suas etnias foram erradicadas.
Já os negros africanos compõem o grupo dos povos que foram trazidos à força da África e que aqui foram escravizados, sustentando a economia do país durante vários anos por meio de seu trabalho. Boa parte de nossa cultura, práticas sociais, religiões, tradições e costumes está associada a valores oriundos desses povos. Dentre as etnias africanas que vieram para o Brasil, destacam-se os bantos, os sudaneses e outras populações.
Já os povos europeus que vieram para o Brasil basicamente se formaram de populações portuguesas, além de grupos franceses, holandeses, italianos, espanhóis e outros, que configuraram a matriz étnica predominante no país, segundo vários estudos.
Há de se registrar também a miscigenação dessas diferentes composições étnicas que habitam o Brasil. Por miscigenação entende-se a mistura das diversas etnias, que deu origem a novas populações que resguardaram traços físicos e também culturais de ambas as suas matrizes.
A miscigenação entre brancos e negros originou os povos chamados de mulatos. Já da mistura entre índios e brancos surgiram os mamelucos, considerados como os primeiros brasileiros no período após o descobrimento. Já a miscigenação entre índios e negros deu origem aos cafuzos.
Mas é claro que essa divisão é apenas uma visão simplista, pois é impossível dizer que apenas essas etnias formam a população brasileira, conforme o “mito das três raças” e suas derivações. Na verdade, existem centenas ou talvez milhares de agrupamentos diferentes ao longo do território brasileiro, de modo que qualquer classificação sempre restringirá a um certo limite algo que é muito mais amplo.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) classifica a população brasileira com base em cinco tipos diferentes de raças: os brancos, os negros, os pardos, os amarelos e os indígenas, cuja distribuição podemos observar no quadro a seguir, elaborado com base em informações obtidas pelo Censo Demográfico de 2010:


Diversidade Social

Diversidade Social

A Diversidade Social é  o conjunto de diferenças e valores compartilhados pelos seres humanos na vida social. São expressões culturais, diferenças físicas, étnicas, crenças, modos de vida, classes sociais etc. O Brasil é uma das nações onde existe maior diversidade social em todos os sentidos. 
  • Cada indivíduo é único;
  • Os indivíduos e suas sociedades estão inter-relacionados e interdependentes;
  • As sociedades e culturas são dinâmicas: as mudanças podem ser rápidas ou graduais, mas irão sempre afetar diferentes membros da sociedade de modo a refletir as diferenças em termos de poder e status.
Contudo, as pessoas tratam a diferença como algo ruim, e isto está presente em nossas vidas por meio da mídia, e pela própria sociedade em geral. Assim, se estabelecem comportamentos que prejudicam o ser humano e cultura de toda a nação. O preconceito, a discriminação e a intolerância, são encontrados continuamente na sociedade como uma prova da violência e da exclusão social.A Diversidade Social baseia-se em três argumentos:Resumindo, é muito importante que se reconheça que as diferenças são, não só boas para a constituição de um povo, mas necessárias e essenciais.
Esse é um tema bem abrangente onde há várias críticas sobre: modo de vida, renda familiar e dentre outras. Atualmente pessoas são julgadas por classe social, e por isso sofrem preconceitos por possuírem poucas oportunidades.
Moradores de rua são mais frequentes, até mesmo nas vias mais populares de cidades nobres. 
E você, o que pensa sobre isso? 
Qual a sua opinião diante desse fato existente em nosso meio de vida que tanto nos incomoda?

Cultura brasileira: da diversidade à desigualdade

A cultura brasileira é diversificada, o que não exclui a evidente desigualdade social. A desigualdade social, uma característica marcante de nosso país, é atestada pela evidente hegemonia de uma classe social nos processos de divisão social do trabalho e de divisão da renda, além de fatores como o acesso à saúde, educação, saneamento e segurança.
Apesar de vasta e ampla, a cultura brasileira torna-se símbolo de status para as elites, que selecionam arbitrariamente aquilo que deve ou não ser consumido, relegando o que não foi selecionado para o limbo da produção cultural. Ademais, a nossa rica cultura popular faz contraste ao nosso povo, desprovido, muitas vezes, de insumos básicos para a sobrevivência.
É comum escutarmos que o Brasil é um país miscigenado, de cultura vasta e crenças religiosas sincréticas. De fato, a formação étnica do povo brasileiro ocorreu, primeiramente, com a miscigenação entre povos africanos, portugueses (que já tinham em sua linhagem traços de miscigenação entre povos diversos do continente europeu) e indígenas.
Ao longo do tempo decorrido, desde o início da república, o Brasil recebeu imigrantes italianos, japoneses, alemães e de outros países sul-americanos. Isso somente atesta que, tomando o significado de cultura por uma concepção geral que envolve os hábitos, costumes, a culinária, as crenças e o modo de vida geral de um povo, o Brasil é realmente vasto.
Porém, essa concepção diversa da cultura brasileira pode resultar em um olhar equivocado quanto à não existência de mazelas sociais, como a desigualdade social, o elitismo cultural e o racismo.
Gilberto Freyre, em Casa Grande e Senzala, aponta sua análise sobre a sociedade colonial brasileira para um rumo, no mínimo, estranho: ele fala de uma relação harmônica entre negros e brancos no Brasil Colonial, o que parece ser um eufemismo que relativiza o que realmente aconteceu – a dominação pura e simples de brancos contra negros.
A miscigenação que Freyre utiliza como dado para atestar a sua teoria nada mais foi que fruto de abusos sexuais e estupros de homens brancos contra as suas escravas e contra as mulheres indígenas. Quando se relativiza a dominação branca durante o período colonial, tende-se a apoiar um racismo estrutural que perdura até hoje.
elitismo cultural (que apesar de toda a vastidão cultural brasileira, existe por aqui) também é fator estruturante para a manutenção das desigualdades sociais que privilegiam etnias, classes sociais e regiões.
Durante muito tempo, a Antropologia formulou teorias que tentaram justificar a existência de culturas superiores e inferiores, de acordo com o desenvolvimento fenotípico dos povos que criaram essas culturas. Uma dessas teorias é o darwinismo socialque passou a ser questionado por Franz Boas, no fim do século XIX, e somente caiu de vez a partir do estruturalismo de Claude Lévi-Strauss.
Formação e diversidade cultural da população brasileira
O território brasileiro era habitado, até 1500, pelos povos nativos, chamados pelos europeus de índios. Porém, não havia apenas uma tribo ou uma vertente cultural indígena nas terras que os povos Tupi chamavam de Pindorama: eram quatro agrupamentos linguísticos diferentes (Tupi-Guarani, Jê, Caribe e Aruaque). Esses grupos étnicos eram divididos em milhares de tribos, essas divididas em aldeias. Cada tribo possuía seus costumes.
Com a captura e escravização dos povos africanos, pudemos observar uma vastidão cultural semelhante à dos povos indígenas, pois não havia uma só tribo de onde os portugueses capturavam os africanos ou uma só cultura africana. Os povos africanos eram vastos, divididos em várias tribos e de várias origens étnicas diferentes, o que conferiu à formação cultural afro-brasileira uma vastidão e amplitude tão diversa quanto à indígena.
vinda de povos brancos, de origem europeia, para o Brasil, tanto portugueses (que por si só já tinham uma origem poliétnica) como a vinda de italianos e alemães, contribuiu para a miscigenação de nosso povo. No Brasil, surgiu uma cultura ímpar, fruto da forte miscigenação, que resultou em produtos culturais populares sem igual no mundo.
Há também em nossa terra e na formação de nosso povo o sincretismo religioso devido à mistura de crenças, o que resultou, por exemplo, no surgimento de uma religião genuinamente brasileira: a umbanda, que mistura elementos do candomblé e do kardecismo.
Preconceito cultural no Brasil
Desde o início da colonização, um elitismo cultural reina no Brasil, pois os portugueses viam a si mesmos como superiores e os povos nativos como inferiores. O trecho transcrito a seguir atesta essa visão etnocêntrica:
“A língua deste gentio toda pela costa é uma, carece de três letras, não se acha nela f, nem l, nem r, coisa digna de espanto, porque assim não têm fé, nem lei, nem rei, e desta maneira vivem sem justiça e desordenadamente”i.
Mais tarde, quando os africanos começaram a ser escravizados por povos europeus, a escravidão assentava-se, igualmente, em um etnocentrismo racista e em um elitismo cultural: os europeus, brancos, julgavam-se superiores aos africanos por seus fenótipos e por suas características culturais que, no julgamento dos próprios europeus, eram superiores.
Os europeus tinham um sistema político governamental e com formação estatal, dominavam a pólvora e a escrita, além de terem moeda e iniciarem o capitalismo mercantilista. Os povos do sul desenvolveram-se de maneira diferente. Com exceção de alguns povos mesoamericanos, nativos da África e da América viviam em contato com a natureza e não estabeleciam relações comerciais nem centralização de poder.
O modo de vida dos nativos africanos e americanos era autossuficiente, e a sua cultura tinha ganhado contornos diferentes da cultura europeia. A justificação do domínio pela cultura é um forte elemento do preconceito cultural no Brasil.
Hoje, podemos falar da existência de um elitismo que culmina na discriminação daquelas pessoas marginalizadas (que estão à margem da sociedade, devido à exclusão social) e em um racismo estrutural. O racismo estrutural, muito forte no Brasil, é um tipo de racismo velado e indireto. Ele pode ser manifestado por meio de dados socioeconômicos, como os que apontam que os negros ganham, em média, 1,2 mil reais a menos que os brancos, segundo levantamento do IBGEii.
Esse tipo de racismo arrasta-se sorrateiramente desde a abolição da escravidão, que deu a liberdade por direito aos negros escravizados, mas não deu suporte educacional, econômico e de assistência básica para que aquela população pudesse organizar a sua vida. Teorias que apontam para uma democracia racial, como a de Gilberto Freyre, somente reforçaram a ideia de que estava tudo bem, quando não estava.
Por não possuir um regime de apartheid, como houve nos Estados Unidos, o brasileiro médio (em especial a população branca) cresceu acreditando que havia oportunidades iguais para negros, brancos e indígenas, quando, na verdade, nunca houve, e quem sofre com isso diariamente são os negros de classe baixa. Esses aspectos atestam que existe uma direta relação entre desigualdade social e diversidade cultural.
Diferença entre diversidade cultural e desigualdade social
Em termos de estrita interpretação, diversidade cultural e desigualdade social são completamente diferentes. Desigualdade social faz referência à diferença entre as classessociais e aos rendimentos de cada classe. Diversidade cultural faz referência à vasta quantidadede culturas diferentes existentes em um nosso território.
No Brasil, a associação entre os termos “desigualdade social” e “diversidade cultural” é possível, pois apesar de nossa diversa formação cultural, a exclusão social apresenta-se como um fator de exclusão que se manifesta, majoritariamente, por meio da diferença entre as diversas culturas que formam a população brasileira.

A pobreza e a desigualdade social são evidentes nas periferias brasileiras.

A pobreza e a desigualdade social são evidentes nas periferias brasileiras.


O que é Diversidade Social?

Diversidade social é o conjunto de diferenças e valores compartilhados por todos os humanos nas relações sociais. Essas diferenças são expressas através da nossa língua, nossa cultura, etnia, rituais, entre outros.
O termo diversidade nos remete a uma pluralidade e variedade, mas nem sempre há respeito e tolerância a culturas e etnias diferentes por exemplo.
A diversidade social pressupõe que haja uma união e tolerância mesmo quando há diferenças. Devemos ter esse conceito como essencial, pois essa diversidade é que nos enriquece culturalmente e isso é benéfico.
Embora seja essencial, o respeito ao diferente não vem sendo considerado e tem se tornado um problema de proporções mundiais.

Respeito a Diversidade Social

Como vimos, a diversidade social é um conceito que abrange tolerância a diferentes religiões, grupos étnicos, gêneros, raças, valores, ritmos de aprendizagem entre outros.
Além disso, é fruto de uma construção social, pois o diferente só existe quando estamos acostumados a um padrão de sociedade.
O padrão cultural que temos como “correto” é ditado por diversas instituições e grupos com capacidade de influenciar um grande número de pessoas.
Se todos temos direito a diversidade e igualdade, devemos também receber uma educação que nos traga novos conceitos, novas experiências com as diferentes culturas e informações sobre esse universo desconhecido.
Sabemos na prática que o direito a diversidade pode ser uma realidade distante e essa é uma afronta aos direitos humanos.
Garantir a diversidade não é acolher de qualquer maneira e depois tentar nos sobrepor ao outro, mas verdadeiramente garantir lhes a cidadania e a participação em todos os assuntos da sociedade.
Exemplos de manifestação contra a diversidade são a xenofobia, intolerância religiosa, homofobia e o racismo. A xenofobia se manifesta através da aversão a outros povos com cultura, religião, língua e hábitos diferentes.
A homofobia é o sentimento de ódio, medo ou repugnância aos grupos de gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, ou seja, qualquer outro modo de exercer sua sexualidade diferente da heterossexual.
Intolerância religiosa é quando há discriminação contra pessoa de diferentes crenças. Racismo é a crença de que existe uma escala hierárquica entre as raças e etnias.

Inclusão Social

A diversidade social pressupõe a igualdade de direitos para todos, porém, sabemos que na realidade o que existe em muitos casos é a intolerância.
Para combater atitudes extremas de todo tipo de preconceito existe um conceito muito importante, o de inclusão social.
A inclusão social são ações que visam a integração e o combate à exclusão provocados pelas diferenças entre classes sociais, gêneros, etnias, deficiências, entre outros. O papel da inclusão social é que todos tenham os seus direitos garantidos preservados.
A escola tem um papel fundamental na prática da inclusão. Tanto para desmistificar as diferenças, como para explicar a necessidade de respeitar e aprender a lidar com a diversidade humana.
Estimular a participação de todos e fazer com que apreciemos a riqueza das diferenças é papel fundamental não só da escola, mas de toda sociedade.
A inclusão faz com que todas as pessoas participem igualitariamente da sociedade, assegurando sua autonomia.
Em uma sociedade democrática reconhecemos todos os seres como livres e iguais, e buscamos através do diálogo o entendimento, o respeito e a fraternidade.
No momento, muitos segmentos da sociedade lutam para ter seus direitos assegurados, como as mulheres, negros, índios, deficientes, homossexuais, entre outras minorias.
Com a visibilidade de grupos que se unem para garantir força em prol dessas mudanças, muitas pessoas começaram a se questionar sobre suas próprias atitudes diante das necessidades e dificuldades dos diferentes grupos.
Somente com a união será possível um mundo onde a diversidade social esteja ligada a riqueza cultural, adquirida a partir da compreensão do diferente e do entendimento de que no fundo somos todos iguais.

Referências

  1. Brasil Escola. Cultura brasileira diversidade x desigualdade. Disponível em: brasilescola.uol.com.br. Acesso em: 18 dez. 2017.
  2. Brasil Escola. Inclusão social. Disponível em: brasilescola.uol.com.br. Acesso em: 18 dez. 2017.
  3. Sociologia Legal. Diversidade social. Disponível em: sociologialegal.com.br. Acesso em: 18 dez. 2017.
  4. Wikipédia. Diversidade cultural. Disponível em: pt.wikipedia.org. Acesso em: 18 dez. 2017.
  5. Wikipédia. Inclusão social. Disponível em: pt.wikipedia.org. Acesso em: 18 dez. 2017.

Historia \ Sociologia

Arthur de Gobineau

Arthur de Gobineau Nascido no dia 14 de julho de 1816 em Ville-d'Avray, comuna da França,  Joseph Arthur de Gobineau  exerceu at...